Kendô é uma arte marcial japonesa moderna, desenvolvida a partir das técnicas tradicionais de combate com espadas dos samurais do Japão feudal, o kenjutsu. No kendô as lutas são realizadas com uma espada de bambu, chamada de shinai e são usados protetores para todas as regiões de ataque, além de uma vestimenta especial: hakama (calça), keiko-gi (camisa/blusa) e bogu (armadura).
Devido à existência de lutas e campeonatos em âmbitos regionais, nacionais e internacionais, o kendô possui um aspecto competitivo bastante relevante, mas preservando sempre suas características marciais e a postura (Reigi), destacando-se entre as artes marciais japonesas. No kendô o critério de golpe válido/letal é bastante subjetivo e está diretamente relacionado às origens marciais da arte, que prega a sincronia perfeita entre a energia do praticante ("Ki"), a trajetória e a precisão da espada ("ken") e a postura correta do corpo ("tai"). Essa sincronia é denominada de Ki-Ken-Tai Icchi, e é um dos ensinamentos fundamentais do kendô. São executados ataques no centro e nas laterais da cabeça (men-uchi), no antebraço (kote-uchi), na lateral do abdome (dô-uchi) e na garganta (estocada) (tsuki), e cada golpe deve ser anunciado com o Kiai, ou seja, um grito que demonstre o espírito e a vontade do kendoca. As lutas duram de três a cinco minutos e são disputadas na forma de melhor de três, e o vencedor é aquele que aplicar primeiro dois ippon, ou seja, golpe considerado letal.
Origens no Brasil
A derrota do Japão na 2ª Guerra Mundial também afetou a vida dos japoneses no Brasil. Escolas de língua japonesa foram fechadas e qualquer manifestação da cultura japonesa foi proibida. Desta forma, o kendô só volta a ser praticado no Brasil depois do final da 2.ª Guerra Mundial e só toma contornos mais organizados alguns anos depois, com a fundação da Associação Brasileira de Kendô ("Zen Haku Kendo Ren-Mei", em japonês), em 1959.
Em 1933, na comemoração dos vinte e cinco anos do início da imigração japonesa, os praticantes de judô e kendô fundaram a primeira associação brasileira de judô e kendô, a "Hakoku Ju-Ken Do Ren-Mei". Desta época, destacam-se os nomes dos mestres Eiji Kikuchi Sensei, Ryunosuke Murakami Sensei e Kobayashi Sensei. O kendô também era ensinado nas escolas de língua japonesa existentes nas colônias.
Em 1933, na comemoração dos vinte e cinco anos do início da imigração japonesa, os praticantes de judô e kendô fundaram a primeira associação brasileira de judô e kendô, a "Hakoku Ju-Ken Do Ren-Mei". Desta época, destacam-se os nomes dos mestres Eiji Kikuchi Sensei, Ryunosuke Murakami Sensei e Kobayashi Sensei. O kendô também era ensinado nas escolas de língua japonesa existentes nas colônias.
Na cidade de São Paulo, os primeiros treinamentos foram provisoriamente realizados no centro da cidade e posteriormente, no inicio da década de 1960, passaram a ocorrer na sede de um dos primeiros clubes fundados pela comunidade nipo-brasileira, a Associação Cultural e Esportiva Piratininga (ACEP). Ainda hoje a ACEP vem sendo também o principal local de realizações de eventos oficiais, apresentações, campeonatos e exames de graduação no Brasil.